O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que o desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), Adriano Roberto Linhares Camargo, volte ao cargo do qual foi afastado por defender o fim da Polícia Militar. A ação para as providências foi protocolada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a decisão liminar foi concedida pelo ministro Luís Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça.
Na decisão, o corregedor diz que “não vislumbra, nesse momento, a gravidade extrema dos fatos, tampouco a ideia de que a permanência do magistrado investigado no cargo representar qualquer ameaça às investigações”. Para ele, esse ato configuraria violação às garantias da magistratura.
Durante uma sessão de julgamento da seção criminal do TJ-GO, no dia 1º de novembro, o desembargador, Adriano Roberto, criticou os abusos cometidos em operações policiais e disse que a Polícia Militar é despreparada. Após a repercussão da fala, o governador Ronaldo Caiado (UB) chamou o magistrado de “inconsequente” e pediu o impeachment dele.
O desembargador foi suspenso na última segunda-feira, 6, após o presidente do TJ-GO, Carlos Alberto França, colocar o assunto em discussão no Órgão Especial do tribunal, 18 desembargadores votaram a favor e quatro contra.
Em nota divulgada à imprensa, nesta quinta-feira, 9, Dyogo Crosara que é o advogado do desembargador afastado também disse que “Adriano recebeu com muita tranquilidade” a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ainda em nota, Crossara que também é advogado da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) disse que ‘o desembargador também recebeu com a mesma serenidade a decisão inicial do Tribunal de Justiça de Goiás, pois respeita a casa onde construiu 34 anos de história na magistratura.