A inadimplência cresceu em Goiás e colocou o estado na 10ª posição entre os mais endividados do Brasil, segundo o Centro de Liderança Pública, o CLP.
O ranking mostra que Goiás subiu quatro posições em relação ao levantamento anterior, reflexo do aumento no número de consumidores com dívidas em atraso.
De acordo com a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas, FCDL-GO, já são cerca de 398 mil pessoas endividadas.
O Economista Renato Ribeiro aponta que mais da metade delas está com contas atrasadas. E que esse índice demonstra que cada vez mais brasileiros não têm segurança financeira e nem saúde financeira interessante. “De maneira geral, nós economistas enxergamos isso de várias formas. Que não há uma educação financeira adequada para que a população tenha entendimento correto sobre a relação entre não pode gastar mais do que você ganha, gerando ali o que nós chamamos de uma tempestade financeira”.
Os dados da FCDL revelam que os bancos concentram quase 60% das dívidas, seguidos pelo comércio e pelas concessionárias de serviços, como energia e água.
A faixa etária mais atingida é a de 30 a 39 anos, o que indica que a inadimplência afeta justamente quem está em plena fase produtiva. O que afeta a dinâmica da economia e do consumo, como explica Renato. ” Se eu tenho ali a pretensão de estar adquirindo de repente um eletrodoméstico, um veículo ou também comprando produtos aleatórios, esses produtos eles estão um tanto quanto mais caro a partir do momento em que eu faço parcelamento. Porque a nossa taxa básica de juros, a Selic, ela está alta no momento, então você precisa disponibilizar uma maior quantia de dinheiro para você comprar aquele produto. E a população e também os goianos, de acordo com essa estatística, ela tem um péssimo hábito de observar o valor da parcela e não o valor do bem, sendo que você deveria fazer um planejamento financeiro para poder adquirir esse bem”.
Mesmo com o cenário de alerta, Goiás ainda tem um dos menores índices de famílias endividadas do país — cerca de 65%, segundo a Confederação Nacional do Comércio.
Mas, para o economista Renato Ribeiro, o desafio está no atraso dos pagamentos, que tem crescido de forma preocupante. “E o cartão de crédito é o grande vilão com taxas de juros abusivas e que contribui muito para o estreitamento da renda do consumidor”.
O Procon Goiás reforça que a renegociação é o caminho mais indicado e lembra que muitos credores têm oferecido descontos que chegam a 50% nas feiras e mutirões de negociação.


